Rafael Nadal tentou de tudo, apostou numa estratégia repleta de variações, mas não conseguiu evitar a quarta derrota consecutiva diante de Roger Federer. Federer voltará a ser número 1?
O suíço, campeão do Australian Open, do Masters de Indian Wells e, agora, de Miami já soma mais de 4000 pontos no ano e, inegavelmente, é o dono do circuito.
A pergunta agora é:
Federer voltará a ser número 1?
O número 1 da temporada — e de todos os tempos —, voltará a ser o número 1 do ranking da ATP?
O que nem era cogitado no início do ano agora é visto como realidade.
Pelo que vem jogando, Roger pode muito bem retomar o posto que já ocupou por 302 semanas.
Bem fisicamente, o suíço não tem limites, é tecnicamente superior a qualquer oponente e faz o que quer com a raquete na mão.
Na final em Miami, mesmo sob forte calor, umidade elevada e quadra mais lenta, Federer superou o seu maior rival com propriedade e nova vitória por dois sets a zero.
Porém, a temporada que vem sendo dominada pelo suíço, com bons momentos do espanhol e de jovens em ascensão, passará por um momento distinto durante o período do saibro europeu.
Isso porque Federer anunciou que, com exceção de Roland Garros, pode não jogar os torneios na terra batida.
Mesmo se não atuar em Monte Carlo, Madri e Roma, não duvido nada que o Gigante da Colina apronte alguma em Paris, apesar da concorrência ser maior com o favoritismo natural de Nadal e os retornos de Murray e Djokovic, que ainda não mostraram a que vieram em 2017.
O circuito que esperava uma briga acirrada entre o britânico e o sérvio pela liderança do ranking, vai vendo um show de Roger, uma ótima retomada de desempenho de Nadal e a consolidação daqueles que, em breve, estarão ‘nas cabeças’, como Alexander Zverev e Nick Kyrgios.
O australiano, aliás, merece destaque pela campanha em Miami.
Tecnicamente, igualou o jogo com Federer na semifinal e perdeu no detalhe, em partida que teve três tiebreaks e, ao meu ver, foi a melhor do torneio.
É inegável: Kyrgios tem tênis de sobra para, um dia, ser número 1.
Só não sei se tem cabeça.
Quanto a Roger Federer, já não consigo encontrar palavras que descrevam a grandeza do suíço.
Roger transcende o tênis e, claramente, pode voltar a ser número 1 do mundo.
Se hoje ele é o quarto colocado do ranking, é também o rei do circuito, o cara a ser batido.
Coisas de gênio.
Dá-lhe Girafa!
Na chave de duplas, Marcelo Melo brilhou e levou pra casa o sexto caneco de Masters 1000 da carreira, dessa vez ao lado do polonês Lukazs Kubot.
A evolução da dupla foi nítida no piso sintético norte-americano, com vice-campeonato em Indian Wells e título em Miami.
O entrosamento e a confiança aumentaram significativamente e a dupla já ocupa a vice-liderança do ranking de duplas da temporada.
Entre os duplistas, o Girafa já aparece como o sexto melhor do mundo.
Agora é esperar pra ver o desempenho da parceria no saibro europeu.
A tendência é que a dificuldade aumente com o piso, mas a confiança elevada deve ajudar a dupla no processo de adaptação.
Dá-lhe Konta!
Entre as mulheres, a britânica Johanna Konta surpreendeu e levou o Premier de Miami ao vencer a dinamarquesa Caroline Wozniacki na decisão.
Com o resultado e a maior conquista da carreira, Konta volta ao Top 10 do ranking mundial, chegando à sétima colocação de um circuito feminino imprevisível até aqui, com a líder Angelique Kerber oscilando e a vice-líder Serena Williams sofrendo com a parte física.
O que vai acontecer no saibro?
Difícil prever alguma coisa.