No torneio que não tinha quatro dos top 5 — Andy Murray, Roger Federer, Stan Wawrinka e Novak Djokovic — e que confirmou Rafael Nadal como o novo número 1, Nick Kyrgios e Grigor Dimitrov roubaram a cena.
É verdade que o mundo do tênis aguardava com ansiedade uma briga direta pela liderança do ranking em Cincinnati, entre Federer e Nadal, mas é verdade, também, que a final deste domingo colocou em quadra dois dos mais talentosos tenistas que apareceram no circuito pós-Big 4.
E digo mais: é injusto rotular Kyrgios e Dimitrov como ‘eternas promessas’.
O búlgaro, apelidado de ‘Baby Federer’ desde os tempos de juvenil e badalado por conta do antigo namoro com Maria Sharapova, hoje chama a atenção única e exclusivamente pelo tênis jogado, principalmente na quadra rápida.
A conquista do terceiro título no ano, sendo o primeiro de Masters 1000 da carreira, eleva o patamar de Grigor, que está de volta ao top 10.
Além disso, o búlgaro tem boas perspectivas de fazer bonito no US Open.
Se tiver a solidez e o plano de jogo apresentados em Cincinnati, certamente irá longe no terceiro Grand Slam da temporada — em Melbourne, no início do ano, ficou muito perto da final, mas acabou superado por Nadal numa semi ‘épica’ de cinco sets.
O fato é que hoje a ‘eterna promessa’ deu mais uma mostra de que já é uma realidade do tênis mundial — bem diferente de Federer, com quem era comparado antigamente, mas com desenvoltura digna de um grande jogador.
Já Nick Kyrgios, cada vez que entra em quadra reforça a ideia de que pode estar entre os melhores.
O australiano joga demais, tem talento de sobra e, mesmo oscilando e caminhando na linha tênue entre a ousadia e a displicência, tem conseguido bons resultados, apesar de ainda ‘isolados’.
A vitória sobre Rafa Nadal em Cincinnati é um exemplo.
Até onde Nick vai?
Depende da cabeça dele, ainda imprevisível.
Mas o amadurecimento do garoto de 22 anos, que já aprontou muito por aí, é nítido.
Dimitrov, de 26, sabe bem o que o australiano está vivendo.
O longo abraço entre os dois após a partida me fez pensar no quão parecidos eles são.
Feminino
Entre as mulheres, a espanhola Garbine Muguruza atropelou a romena Simona Halep, que mais uma vez perdeu a chance de beliscar a liderança do ranking, ainda encabeçado por Karolina Pliskova.
Agora, a briga ficará boa para o US Open, já que Muguruza também está no páreo.
Pelo que vem jogando, a espanhola, recém-campeã de Wimbledon e Cincinnati, é forte candidata a dominar o circuito neste segundo semestre.
Nova York promete grandes emoções!
Duplas
Nas duplas, fica a lamentação pelo vice-campeonato do brasileiro Bruno Soares e do britânico Jamie Murray.
Bruno, após superar a semifinal contra o amigo e compatriota Marcelo Melo e o polonês Lukasz Kubot, acabou derrotado na decisão para a dupla dos franceses Nicolas Mahut e Pierre Hugues Herbert.
O próximo passo de Soares e Murray é defender o título do US Open, missão, no mínimo, complicada.