A emoção tomou conta do torneio mais tradicional do tênis
Começo por Marcelo Melo, que, ao lado do parceiro polonês Lukasz Kubot, disputou uma final histórica de quase cinco horas na quadra central de Wimbledon e realizou seu sonho de criança.
Ser campeão no All England Club, mais do que retomar a liderança do ranking, era a grande obsessão do mineiro. Ele conseguiu os dois feitos. Dá-lhe Girafa!
Aproveito para uma revelação interessante: assisti o final do jogo do brasileiro contra o croata Mate Pavic e o austríaco Oliver Marach em um boteco no meio de Paraisópolis, enquanto fazia uma matéria de futebol de várzea para o Mesa Redonda, da TV Gazeta.
Confesso que me surpreendi quando vi a televisão ligada em um jogo de tênis (de duplas!), na frente de um campo de várzea e no ‘país do futebol’… É de se valorizar!
Paraisópolis, São Paulo, o Brasil e o mundo se emocionaram junto com Marcelo.
Consagração merecida de quem enfrentou com brilhantismo uma maratona de jogos longos e, na final, foi gigante ao lado do parceiro Kubot.
Na decisão feminina, a pentacampeã de Wimbledon, Venus Williams, não conseguiu segurar a inspiradíssima Garbine Muguruza.
Finalista pela segunda vez no All England Club, a espanhola jogou demais e não se intimidou diante da grandeza da norte-americana.
Desde o primeiro set, quando salvou dois set points da adversária, Muguruza mostrou personalidade e ganhou confiança.
Daí em diante, anotou dois sets a zero, com direito a pneu na última parcial e levou o segundo Grand Slam da carreira.
De volta a uma final de Wimbledon após oito anos, a mais velha das irmãs Williams, mesmo derrotada, mostra que, aos 37 anos, ainda tem muito a dar pelo tênis.
Um outro veterano, quase com 36, também segue mostrando que ainda pode render ‘um pouquinho’ na quadra.
Confesso que não sei mais o que escrever de Roger Federer. A vitória sobre Marin Cilic, o oitavo título em Wimbledon — se isolou como o maior vencedor —, o mais velho campeão da Era Aberta na grama sagrada, a campanha sem perder um único set, a volta ao top 3 do ranking, a temporada com cinco títulos até o momento, o 19º Grand Slam da carreira… Federer é fenomenal, transcende o tênis e pode ser colocado entre os maiores esportistas de todos os tempos.
Talvez, para não cair na mesmice de exaltar os números e recordes intermináveis, o que resuma mais um feito histórico de Roger seja a cena comovente do suíço após a partida: ele sentado na cadeira, olhando para os quatro filhos e para a esposa, Mirka, e caindo em lágrimas após conquistar o seu torneio preferido.