A volta polêmica de Maria Sharapova

A volta polêmica de Maria Sharapova

Após 15 meses afastada — cumprindo suspensão por uso da substância proibida meldonium —, Maria Sharapova voltou às quadras com vitória em sets diretos sobre a italiana Roberta Vinci na estreia do WTA Premier de Stuttgart.

A russa, que manteve a rotina de treinos após o escândalo de doping, conseguiu retornar em bom nível, anotando 11 aces e 39 winners na partida desta quarta-feira.

O fato é que Maria, que ainda não tem ranking para jogar grandes competições, foi beneficiada por um convite (wildcard) polêmico que recebeu do torneio alemão.

Não à toa, o Premier de Stuttgart foi alvo de inúmeras críticas de outras jogadoras.

A própria Roberta Vinci disse que Sharapova cometeu erros, pagou pelo que fez e pode voltar a jogar, mas que não concorda com convites especiais:

“Não tenho nada contra ela, mas com a ajuda de dois ou três torneios, ela poderá estar no top 30 e não sei se isso é muito justo”.

A alemã e atual vice-líder do ranking, Angelique Kerber, definiu como ‘esquisito’ o fato da russa voltar a jogar dessa forma:

“Sendo um torneio alemão, há jogadoras alemãs que deveriam receber o convite”.

A discussão é polêmica, ainda mais quando envolve uma das figuras de marketing mais representativas da história do esporte.

Que Maria atrai público e tem talento de sobra para jogar grandes torneios, todo mundo sabe.

Resta saber se colocá-la de volta na ‘nata’ do tênis é, de fato, o caminho mais justo.

Recuperar uma boa posição no ranking e retornar ao circuito pelo percurso natural, jogando challengers e futures, seria um ato de grandeza, de justiça e de exemplo daquela que busca se reerguer no esporte.

Caso contrário, Maria voltará beneficiada pelo que (quase) sempre a favoreceu: a imagem.

O caso de doping é uma boa oportunidade para mudança de padrões.